Uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal restringiu as prerrogativas de foro privilegiado dos deputados e senadores, dando continuidade a um processo de desmonte dos mecanismos de corrupção institucionalizada vigente neste país desde priscas eras. Esses crimes já não eram mais percebidos pela população que, por sua vez, também vinha influenciada pela "Lei de Gerson", proclamada pelos meios de comunicação e banalizada pela deseducação crônica.
Essa situação começou a mudar graças a uma geração de promotores públicos que passaram a denunciar esses crimes e uma plêiade de delegados federais que, enfrentando forças poderosas, passaram a investigar a fundo essas denúncias. Na sequência, uma nova geração de juízes, do quilate de um Sergio Moro, passou a julgar com isenção e ética esses processos, condenando os prevaricadores.
Com a inacreditável prisão do ex-presidente Lula, que permanece encarcerado há mais de mês, ficou demonstrado, a despeito do que vier a acontecer, que o braço da lei alcançará, com equidade, a qualquer um que cometa crime.
O julgamento do "Mensalão", que condenou seus mentores, mas nem tomou conhecimento dos que receberam pagamento ilegal pelo apoio ao governo e de agora em diante estarão sob o jugo da lei e deverão ser indiciados pela venda de seus votos. A prática vergonhosa de um presidente da República que desvia verbas orçamentárias para comprar votos e evitar seu indiciamento estará sob as vistas do povo e o peso da Justiça, que deixou de ser cega! Essa prática não é novidade, pois no passado tivemos a alteração da Constituição, permitindo a reeleição do presidente, utilizando os mesmos métodos.
O próprio STF, cujas decisões podiam ser antecipadas pelo conhecimento das posições dos seus juízes, já está mudando de comportamento, passando a votar com isenção e respeito às leis vigentes. Agora mesmo o Supremo tomou decisão histórica que passará a nortear o comportamento das ordens de prisão.
Essas mudanças não serão efetivas se não forem arrancadas as raízes desses males que estão na educação do povo, no lar e na escola. A honestidade e a ética devem voltar a ser valorizadas. A educação Moral e Cívica, o culto à Bandeira e o Hino Nacional são atos que devem ser praticados com orgulho e confiança na nação.
A certeza de que não ficarão impunes, restringirá em muito a prática desses crimes de "colarinho branco". A severidade das condenações deve aumentar e a ociosidade prisional, corrigida. Nossas prisões não devem continuar a ser quartel general do crime organizado. É inadmissível que telefones celulares continuem a comunicar e comandar ações criminosas.
O mecanismo da corrupção já foi desvendado. De agora em diante, essa prática criminosa deverá ter punição mais severa, eis que a intenção da venalidade é maior.
Para os que não acreditavam que as ações punitivas pudessem acontecer, contrapomos o otimismo de que elas prossigam indefinidamente.